Thursday, July 03, 2008

Para quê?

Meu Amor, Minha Querida

São tão estranhos os dilemas em que, por vezes, me encontro. Verdadeiras encruzilhadas, caminhos que sei nunca percorrerei, opções que jamais quererei tomar e que, no entanto, parecem-me sempre as mais acertadas.

Ultimamente tenho pensado em ti e em tudo o que sinto por tua causa (será mesmo por tua causa???). Páro para reflectir (será esse o meu mal???), deixo que os sentimentos venham ao de cima (os mesmos sentimentos que eu tento, sem sucesso, empurrar para baixo) e sinto uma necessidade tremenda de escrever, de me libertar dessas emoções, de as transformar em algo palpável como as palavras. Não imaginas como me dói ter estas palavras entaladas na garganta, no peito, na minha Alma, sei lá onde. O problema, é que também me dói escrevê-las, colocá-las no papel e ver o papel secar, incólume, porque não o quiseste receber, porque não o leste.

Por tudo isto, pergunto-me vezes sem conta: para quê? Por que raio sinto eu as coisas desta forma exagerada e desprovida de razão? Para onde me conduz esta paixão que não me leva a lado algum? Existirá alguma lógica divina nisto tudo ou não passará tudo de uma grande ironia onde eu sou o principal (e único) protagonista?

Desculpa-me por te incomodar com estas perguntas que, como todas as outras que te fiz, nunca me responderás. Porventura nem tu saberias as respostas... Talvez queira apenas perguntar a mim mesmo e faço-o por escrito para ser mais perceptível. Sinceramente, não sei...

O que sei, porque o sinto, é que nos poucos momentos em que decido tentar deixar de sentir, de te escrever, de alimentar este Amor que não precisa de qualquer alimento, sou imediatamente invadido por um vazio enorme e frio que me assusta. Talvez não perca tempo a pensar em ti, onde estarás e porque não me procuras, mas de que me serve todo o tempo se nada tenho para o preencher?

Quem sabe não serei um mero escravo do Amor... Criado por este e por este condenado a sempre Amar. Sem razão, sem pensar, sem qualquer tipo de recompensa a não ser a dor de um coração vagabundo.



Elvis Presley - I'm so lonesome I could cry (Hank Williams)

2 comments:

Anonymous said...

My Romeo, Meu Amor!
"Para quê??"
Um dia vais perceber que o único caminho que tens de percorrer é o que finalmente te trará ao meu encontro. E o frio nunca mais vai ser, as perguntas serão certezas, o tempo a eternidade de um amor profundo, que mesmo sem alimento, arde em divina paixão.

Sempre tua, J.(Pensavas que eu me tinha esquecido?)

Anonymous said...

"Escrevemos porque ninguém nos ouve"

Será que é por isso que escreves ? espero que não ....

ler as tuas cartas já faz parte da minha rotina, e concerteza de tantas outras Julietas deste mundo ... não perco uma ... fazem-me sonhar, ... fazem-me ACREDITAR !!!... comentá-las nem sempre me sinto à altura .... por isso tantas e tantas vezes te respondo com silêncio ...

"Fala se tens palavras mais fortes do que o silêncio, ou então guarda silêncio"

as tuas PALAVRAS são fortes ... por isso NUNCA te cales ...

Até já
uma beija